Traficante condenado pela morte do jornalista Tim Lopes "some do mapa"
Elizeu Felício de Souza, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes em 2005, não se apresentou para colocar a tornozeleira eletrônica após ser solto em 4 de junho. Ele tinha cinco dias úteis para comparecer à central de monitoramento no centro do Rio de Janeiro para a instalação do dispositivo.
Conhecido como Zeu, o criminoso foi liberado do Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, devido à progressão de pena para prisão domiciliar. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou o ocorrido à Justiça, que determinará se ele será considerado foragido.
A condenação de Zeu foi de 23 anos e seis meses de prisão. Tim Lopes desapareceu em 2 de junho de 2002, enquanto investigava casos de prostituição infantil e uso de drogas em um baile funk na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
De acordo com a polícia, Tim Lopes foi identificado por um segurança do tráfico, que encontrou a microcâmera que ele carregava. Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, então líder do Comando Vermelho, ordenou a execução do jornalista. Após a abordagem, Tim Lopes foi levado ao Morro da Grota, no Complexo do Alemão, onde foi torturado e assassinado pelos criminosos.
Após a execução, seus algozes desmembraram suas pernas e queimaram seu corpo dentro de pneus, utilizando o método conhecido como “micro-ondas” para eliminar vestígios.
Durante as buscas pelo corpo de Tim Lopes, a polícia encontrou um cemitério clandestino no Morro da Grota. Cerca de um mês após o crime, testes de DNA confirmaram que fragmentos de um corpo encontrados eram do jornalista.
A polícia indiciou nove pessoas pelo crime. Dois dos acusados morreram antes do julgamento: Maurício de Lima Matias, o Boizinho, foi morto em confronto com a polícia, e André Barbosa, o André Capeta, teria se suicidado.
Em 2005, sete criminosos foram condenados pelo Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Elias Maluco recebeu a maior pena, de 28 anos e seis meses de prisão. Zeu foi capturado em 2010 durante a ocupação do Complexo do Alemão. Ele era o único ainda preso pelo crime, enquanto quatro outros condenados estão em liberdade, e um permanece foragido.
- Fonte: Jornal da Cidade Online