Boulos usa da maladragem, "dribla" a Justiça e consegue escapar de processo após seis anos
O deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), foi favorecido pela prescrição de um processo judicial depois que o Poder Judiciário não conseguiu localizá-lo por seis anos. A notícia foi veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo.
A ação foi movida pelo Ministério Público, que acusou Boulos de envolvimento na desocupação do Pinheirinho, ocorrida em janeiro de 2012. Na ocasião, ele foi preso em flagrante, suspeito de ter jogado pedras em uma viatura da Guarda Municipal de São José dos Campos (SP) e de incitar moradores a depredarem um ginásio público.
Na época, Boulos se identificou como professor universitário da Faculdade de Mauá e foi liberado após o pagamento de uma fiança de R$ 700. Em depoimento, ele negou ter causado danos ao patrimônio público ou incitado qualquer ato de vandalismo, afirmando ter sido agredido por guardas durante o incidente.
Segundo a Folha, o Ministério Público ofereceu a denúncia contra Boulos em maio de 2013, sendo aceita pela Justiça no mês seguinte. A acusação baseava-se no crime de dano qualificado ao patrimônio público, que prevê pena de até três anos de prisão.
A partir de então, várias tentativas de citação de Boulos foram realizadas sem sucesso, a primeira delas em setembro de 2012. Tentou-se localizá-lo em diversos endereços na Grande São Paulo e também em unidades da Faculdade de Mauá, sem sucesso. Diante disso, a citação por edital foi aprovada em 2015, mas o processo acabou sendo suspenso por falta de manifestação de Boulos e, posteriormente, prescrito.
Em 2019, o deputado foi finalmente localizado. Sua defesa argumentou que não havia provas contra ele e que os esforços para sua localização foram insuficientes. Em 2022, o Tribunal de Justiça decidiu anular a citação por edital, resultando na prescrição do processo e na extinção da punibilidade.
A campanha de Boulos afirmou que ele nunca foi acusado de ser o autor de qualquer dano ao patrimônio, mas sim de supostos atos de terceiros, que nunca foram comprovados. Além disso, reiterou que ele sempre esteve à disposição da Justiça.
- Fonte: Jornal da Cidade Online